Entrega Unificada: o modelo que ameaça os direitos dos carteiros e a qualidade do serviço postal


Publicada dia 23/07/2025 13:48

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FINDECT alerta para os impactos negativos do novo modelo que os Correios pretendem implantar, com sobrecarga, insegurança, extinção do carteiro pedestre e precarização das condições de trabalho.


A direção dos Correios vem tentando, de forma unilateral e sem diálogo efetivo com as entidades representativas, implantar um novo modelo de distribuição chamado Entrega Unificada. Os representantes da FINDECT que participam do Grupo de Trabalho da Entrega Domiciliária alertam: essa mudança representa grave ameaça à saúde dos trabalhadores, à qualidade do serviço prestado e ao futuro da categoria.

O que é a Entrega Unificada?

A Entrega Unificada é um modelo que tem sido imposto pela direção dos Correios, no qual um único carteiro motorizado (carro ou motocicleta) realiza as entregas de diversas rotas no mesmo turno, acumulando diferentes tipos de objetos (simples, registrados, PAC, SEDEX, etc.). Esse modelo propõe a extinção do trabalho dos carteiros pedestres e ciclistas, além de reduzir o número de motociclistas nas ruas, colocando ainda mais responsabilidade nas costas dos trabalhadores e comprometendo a qualidade do serviço prestado à população.

A proposta também inclui a extensão das jornadas de trabalho, com entregas que podem ir até 22h, o que levanta preocupações sobre segurança e as condições de saúde dos trabalhadores, que terão que lidar com a sobrecarga de trabalho e o risco de acidentes.

Implantação autoritária e falta de estudos técnicos

O modelo vem sendo testado em algumas unidades sem planejamento, sem critérios claros e sem diálogo com as representações sindicais. Relatos vindos da base mostram acúmulo de objetos nas unidades, tentativas de assédio moral para forçar cumprimento de metas e insegurança generalizada.

Foto: Agência Brasil

Em reuniões recentes do GT ( Grupo de Trabalho) em Brasília, a FINDECT cobrou explicações sobre a declaração feita pelos Correios ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), afirmando que o modelo já estaria “consolidado”, o que contradiz totalmente a realidade das unidades e o próprio processo de negociação em curso.

Rejeição da categoria e risco de paralisações

A implantação da Entrega Unificada vem gerando revolta nas bases. Já há registros de paralisações em unidades no Paraná, e no Maranhão há indicativos de greve iminente, diante da tentativa de impor o modelo sem consulta ou negociação com os trabalhadores.

A FINDECT tem reafirmado que nenhuma mudança pode ser feita sem respeito aos direitos da categoria e sem avaliação real dos impactos operacionais e humanos.

A posição da FINDECT é clara: NÃO à Entrega Unificada!

A FINDECT é totalmente contrária à implantação desse modelo e não aceitará nenhum tipo de modernização que traga, na prática, retrocessos, precarização e sobrecarga para os trabalhadores. A federação seguirá mobilizada, fiscalizando as ações da empresa, denunciando irregularidades e construindo, junto aos sindicatos filiados e à base, resistência coletiva para barrar esse absurdo.

A defesa do serviço postal público passa pela valorização dos trabalhadores. Nenhum direito a menos. Nenhuma decisão sem diálogo!

SINTECT-TO
Trabalho, luta e união

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